Com o tempo fui desenvolvendo uma cada vez maior resistência às coisas da culinária. Desperdício de tempo, fonte de repugnantes snobeiras, não há coisa que menos falhe: que à volta da melhor mesa se encontra quase sempre a pior gente. Tudo cangalhadas para que a paciência não chega.
Perguntam-me por vezes a propósito da vida na Noruega: e a comida? A comida? Tem muito de bom. Mas o melhor, o melhor que conheço, é a lata de cavala em molho de tomate da Stabburet. Abertura fácil, duas fatias de pão, três rodelas de pepino. Está o jantar feito e a loiça lavada. Um mimo.
Estás muito radical, compadre. Influências da política lusa 🙂
(eu gosto de me sentar numa boa mesa, com boa companhia e boa comida. Porém, se tiver que optar entre boa companhia e boa comida, venham as latas; de preferência, de sardinhas em molho de tomate picante)
Acho que nem é radicalismo. Antes a memória de postes e artigos antigos do dr. Viegas. Aquela apologia da parcimónia, sabes como é…
Realmente a boa companhia é o melhor dos temperos. Gratidão infinita te devo pelo último arroz de pato num café do porto.
Brincava contigo, compadre.
Quanto ao arroz de pato no Porto, não digas asneiras; isso não se agradece. Foi/será sempre um enorme prazer repartir uma mesa contigo.